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quarta-feira, 25 de junho de 2008

No céu, os salvos se reconhecerão e se lembrarão da vida terrena?

Este artigo foi escrito por meu amigo e irmão em Cristo Lucas Bezerra Leal, ele surgiu de um questionamento feito em uma aula de teologia que nós assistíamos, veio então o desafio de responder à algumas perguntas intrigantes que se seguem com suas respectivas respostas.

Estamos diante de um assunto que desperta muito a nossa curiosidade por se tratar de coisas que dizem respeito ao futuro dos salvos na eternidade. Esses dois questionamentos são muito comuns na mente daqueles que receberam a salvação oferecida por Jesus. Apesar das Escrituras Sagradas não revelarem muito sobre a vida no além, e no Céu especificamente, ela nos traz algumas informações suficientes para desfazer muitas imaginações e até heresias espalhadas por aí.

Haverá reconhecimento entre as pessoas?
A Bíblia responde essa questão através de exemplos bem claros dados pelo Senhor Jesus Cristo, que mostram que iremos nos reconhecer sim no porvir. Vejamos:

- Em Lucas 16: 19 - 31, Jesus contou a história do rico e Lázaro, que parece ser um fato e não uma parábola. Após a morte, ambos tiveram destinos diferentes. O primeiro, por ser avarento, foi para o tormento no Hades e Lázaro, como era piedoso e temente a Deus foi para o paraíso no Seio de Abraão. O rico "levantou os olhos" e conseguiu reconhecer não só a Lázaro, mas também a Abraão; - Em um determinado momento do ministério de Jesus, ele levou Pedro, Tiago e João a um monte e se transfigurou em glória diante deles e "apareceram Moisés e Elias conversando com Ele". Então Pedro empolgado com a experiência sugeriu: "se queres, levantarei aqui três tendas: uma será tua, outra para Moisés e outra para Elias. Aqui vemos claramente que os discípulos não tiveram dificuldade em reconhecer esses grandes homens de Deus que já tinham partido para a eternidade há muito tempo. Isso está registrado em Mateus 17: 1 – 13;

- Ainda em Mateus 8: 11 o Senhor Jesus afirma: "mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente e assentar-se-ão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó, no reino dos céus". Isso só será possível se tivermos a capacidade de identificá-los e temos certeza que Jesus não estava enganado. Indo mais fundo na questão em apreço, encontramos duas teses que tentam explicar o reconhecimento e identificação entre os salvos nos céus. A primeira diz que serão preservados os traços de personalidade das pessoas e não os traços físicos. Para sustentar essa tese usa-se o relato da transfiguração de Jesus. Ora, se Moisés e Elias viveram centenas de anos antes de Pedro e dos outros discípulos, como eles puderam identificá-los? Isso aponta para o reconhecimento do caráter de ambos, tão conhecidos pelo povo israelense – já que foram grandes heróis da nação. A outra corrente de pensamento ensina que as características fisionômicas serão mantidas. Para dar solidez a esse pensamento, utiliza-se o caso do rico e Lázaro. O texto sagrado diz que o rico reconheceu a Lázaro, dando entender que Lázaro preservava sua feição. Argumenta-se ainda que na transfiguração de Jesus e depois da sua ressurreição, mesmo ele estando glorificado, foi reconhecido pelos discípulos. As duas teses parecem ter coerência. Para justificar a primeira podemos usar os seguintes argumentos: se o céu é um lugar de perfeição, como ficará as pessoas que têm algum defeito físico? Haverá então disparidade de cor de pele? E as diferenças de feição serão enormes, pois uns são altos, outros são baixos, uns morrem ainda criança, outros na velhice, etc. E ainda, se a identificação for por meio de traços físicos, haverá confusão, pois existe pessoas muito parecidas com as outras. Então, a personalidade de cada um, que não se assemelha com ninguém e que é única é deverá prevalecer e todos "serão como anjos de deus no céu".

Por outro lado, entendemos pela Palavra de Deus que a fisionomia humana foi deformada por causa do pecado. Então, no céu ela poderá voltar ao seu estado original de perfeição e ser mantida. Podemos levar em consideração ainda que todos os salvos estão em busca da perfeição de caráter. Mas como isso não será possível aqui, ele só conseguirá quando chegar ao céu. Assim, as personalidades de todos serão perfeitas e conseqüentemente iguais. Então o diferencial dos salvos será o corpo, que já estará pleno. Surge uma outra indagação que corrobora o pensamento, se o corpo não fosse tão importante e um diferencial no céu, por que então Cristo ressuscitá-lo de forma incorruptível? Analisando por esse ângulo, a segunda interpretação pesa mais.

Haverá memória da vida terrena?

Ao percorrermos os ensinamentos da Palavra de Deus podemos entender que a memória das coisas que aconteceram nessa dimensão é indispensável para a continuidade da existência do homem no porvir. Porém, nesse aspecto da vida na eternidade existem algumas interpretações baseadas inclusive em textos bíblicos, que por não serem analisados de forma mais aprofundada e pelos originais, acabam se tornando heresias. Vejamos primeiro alguns textos que são interpretados erroneamente e que aparentemente contradizem a postura mencionada acima. Depois partiremos para textos sagrados que enfatizam mais diretamente o assunto e raciocínios que esclarecem melhor essa realidade. Eclesiastes 9:5, dá entender e alguns até concluem isso, que após a morte não há lembrança de nada e todos ficam em profunda inconsciência. Vejamos a afirmação de Salomão: “Porque os vivos sabem que hão morrer, mas os mortos não sabem de coisa nenhuma, nem tão pouco terão recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento”. Para assimilar essa passagem é necessário analisá-la minuciosamente e ver o seu contexto.

Os apologistas Normam Geisler e Thomas Howe fazem uma excelente explanação acerca deste texto. Senão, vejamos: “Aparentemente Salomão parece estar dizendo que os mortos não tem mais noção de nada. O salmista disse: “Pois na morte não há recordação...”, As passagens que dizem que não há conhecimento ou lembrança após a morte estão falando de não haver memória neste mundo, e não de que não há memória deste mundo. Salomão esclareceu seu comentário dizendo: “porque na sepultura, para onde tú vais, não há... conhecimento” (Ec. 9:10, SBTB), deixando claro que é na sepultura que não há lembrança de nada. Ele afirmou também que os mortos não sabem o que se passa “debaixo do sol”. Em resumo, estes textos referem-se simplesmente ao homem nesta vida presente – eles nada dizem respeito a vida futura, após esta que vivemos” (Manual Popular de Dúvida, Enigmas e Contradições da Bíblia). Se pararmos pra pensar, veremos que será necessário que a memória do salvo permaneça no céu. Pra começar, ele precisa saber porque foi salvo, porque chegou lá. Depois ele será julgado e como disse Russel Shedd: “Já que haverá julgamento, teremos lembrança da vida na terra”. Isso é solidificado em 2Co 5:10 “Pois é necessário que todos nós sejamos manifestos perante o Tribunal de Cristo, para que cada um ganhe de acordo tiver feito por meio do corpo, seja bem, seja mal”. Observe que Paulo está dizendo que os salvos serão julgados de acordo com as obras que tiver feito por meio do corpo, aqui na terra. Para que isso aconteça é preciso que o indivíduo se lembre do que ele fez. Se assim não for, o salvo não saberia porque estava ganhando ou deixando de ganhar galardões. Seria como um demente ser condenado a trinta anos de prisão ou receber uma indenização por algum dano sofrido; isso não significaria nada para ele, como exemplificou um certo Pastor.
Em outras passagens, a Bíblia mostra de maneira mais nítida esse ponto. Em Mateus 17:3 entendemos que as almas estão conversando. Já em Apocalipse 6:9-10 encontramos o texto mais esclarecedor dessa discussão, quando diz: “Quando rompeu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que tinham sido mortos por causa da Palavra de Deus e do testemunho que sustentavam. Elas clamavam em alta voz: Até quando, ó Soberano, Santo e Verdadeiro, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” Observamos aqui que os salvos estão em atividade e conscientes no céu, a ponto de pedirem vingança ao Senhor pelas mortes cruéis que tiveram.

Conservar a memória no céu é uma questão de identidade. Já pensou como seria o céu, se os seus habitantes – os salvos, não soubessem quem são, a sua história, e nem de onde vieram! Pareceria mais um lugar de desmemoriados, débeis mentais e “zumbis”. O Senhor, de maneira nenhuma, irá desprezar a nossa história terrena, a lembrança do nosso esforço para chegarmos lá, provocando um “apagão” na nossa memória. Dessa forma não valorizaríamos a conquista. Pelo contrário, Ele irá é nos recompensar pela renúncia e dedicação em prol do seu reino e da salvação (Lc 6:22-23).

Mediante essa verdade, surgem outros questionamentos: mas essa memória não nos fará sofrer? Como ficará alguém que sabe que seu ente querido não se salvou? E ainda, qual será a sensação de um salvo ao rever alguém que lhe fez um grande mal (por exemplo, matou alguém da família) e por se arrepender e aceitar a Jesus se salvou?

Para entendermos esse outro ângulo da questão, é necessário atentar para a perfeição da dimensão celeste. Lá na glória, a paz, a felicidade e o gozo envolverá o salvo de forma tão intensa e maravilhosa que ele não de afligirá com o que ficou para trás. Este processo que acontecerá é semelhante, porém muito superior e abrangente, ao que sucede ao homem quando experimenta o novo Nascimento. Ele esquece ”as coisas que para trás ficam” e prossegue “para as que estão adiante” (Fp 3:13). Ou seja, ele sabe quem foi, o que fez; mas como sabe que tudo aquilo foi perdoado por Deus e que não mais contribuirá para a conquista de sua salvação, ele, com ajuda do Espírito Santo, se liberta desse passado e põe sua visão no presente e no futuro. “No céu não haverá qualquer privação, sofrimento ou tristeza” (Bíblia de Estudo Pentecostal), isso porque “Deus enxugará toda lágrima” (Ap 7:17).
Conclusão:
O ser humano é a obra–prima das mãos de Deus. Ele o valorizou tanto, que quando o fez, colocou espírito e alma como parte imaterial na parte material – o corpo. E estes três elementos viverão na eternidade. O espírito e alma entram na esfera eterna após a morte física e o corpo depois da ressurreição. Assim, não faria sentido o Senhor desconsiderar a nossa memória e capacidade de reconhecer as pessoas, fazendo-nos esquecê-las, se a eternidade no céu depende da forma que vivemos aqui.

Escrito por Lucas Bezerra Leal

Estudante de Turismo e Teologia

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Mornidão Espiritual – Um mal na Igreja hodierna

Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. (Ap 3:16)
1 - Introdução:

Estamos aqui diante de um versículo que nos faz refletir sobre o que nós somos e o que nós queremos e devemos ser. Observando o contexto veremos que a igreja dos tempos apostólicos não estava livre da tão famosa mornidão espiritual, que diremos nós que vivemos tempos tão trabalhosos (2 Tm 3.1). A mornidão espiritual é uma das mazelas que corrompem a Igreja hodierna, mas do que se trata essa “doença” que faz com que Deus nos vomite de sua boca?

2 - Que “doença” é essa?

Essa carta, escrita pelo Apóstolo João, foi endereçada à igreja de Laodicéia, uma igreja que se situava numa região próspera e, portanto, seus membros gozavam de uma vida abastada. O nome “Laodicéia“ vem do grego e significa democracia, ou seja, o poder do povo. Já era de se esperar que os crentes laodicenses tivessem uma mentalidade de auto-suficiência e que impunham isso até mesmo ao governo de Deus na igreja, para eles estava tudo bem, achavam que já não precisavam de nada (Ap 3.17a), porém estavam enganados, haja vista a resposta de Deus a essa atitude antropocêntrica e materialista: "e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;" (Ap 3.17b). A Bíblia fala de prosperidade com muito equilíbrio, não existe nela a chamada “Teologia da Prosperidade”, que afirma que todo crente deve ser rico e que a pobreza é uma maldição, entre outras inverdades, mas também não revela a tão defendida “Teologia da Miséria” que afirma, segundo seus adeptos e de forma errônea, que a miséria é uma dádiva de Deus. O que a Bíblia afirma é que o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males (1 Tm 6.10a), portanto, não devemos colocar o nosso coração nas riquezas, mas sim naquele que pode nos dar, segundo a sua vontade, tudo o que nos é necessário (Sl 23; Mt 6.19ss). A igreja de Laodicéia estava enfrentando este mesmo problema, estava com seu coração nas coisas corruptíveis e não nas que são eternas (Cl 3.2,3; 2 Co 4.8). Uma igreja focada em Cristo busca em primeiro lugar pregar a Palavra de Deus acompanhada das manifestações do Espírito Santo em forma de dons espirituais para que a igreja seja edificada e os descrentes convertidos. A igreja que despreza esses valores com certeza se desviará da sã doutrina e Jesus já não será o seu Senhor. Que contradição nós vemos quando, ao passarmos por certos templos “evangélicos”, lemos a frase: “Jesus Cristo é o Senhor!”, e tristemente lamentamos por observarmos que essas igrejas estão caindo no mesmo erro da igreja de Laodicéia. A mornidão espiritual na igreja de Laodicéia se manifestava no fato de que ela estava dividida entre Cristo e as riquezas, entre a vontade de Deus e a vontade do homem. A Bíblia revela que não podemos servir a dois senhores (Mt 6.24), um coração dividido nunca agradará ao Senhor, precisamos ter certeza do que queremos, pois o verdadeiro evangelho consiste, entre outras coisas, na renúncia do mundo com suas paixões e concupiscências (1 Jo 2.15), amar ao mundo é o mesmo que ser inimigo do Deus da Bíblia (Tg 4.4), por isso Jesus já se encontrava do lado de fora da igreja de Laodicéia (Ap 3.20).

3 - A solução:
Bom, apresentamos a doença, agora apresentaremos a cura. Prosseguindo no texto vemos que Deus revela três coisas que a igreja de Laodicéia deveria fazer para ser curada da mornidão espiritual:

3.1 – Fé genuína:

“Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças;...” (Ap 3.18a).

O ouro, nesta passagem bíblica, representa a fé (1 Pe 1.7), neste referido versículo Pedro nos mostra que a prova da nossa fé é mais valiosa que o ouro que perece e é provado pelo fogo. Os crentes de Laodicéia com certeza precisavam passar pela prova para que crescessem espiritualmente. Uma análise da história da Igreja nos mostra que sempre que ela foi perseguida foi fervorosa, por quê? Porque na hora da provação nós corremos para os braços do Senhor e finalmente confessamos que não somos nada sem ele, veja, não era disso que a igreja de Laodicéia precisava (Ap 3.17)? A oração é fundamental para que sejamos uma igreja avivada, afinal, como receberemos se não batermos na porta, pedirmos ao Senhor e o buscarmos com diligência (Mt 7.7-11)? Se formos fiéis a Deus na hora da provação, receberemos dele a unção necessária para sermos suas testemunhas. Um exemplo disso foi o derramamento do Espírito nos dias da igreja primitiva no qual em meio à perseguição de todos os que se intitulavam seguidores de Jesus, os apóstolos não cessavam de anunciar a ressurreição do Mestre amado. Um complemento sobre essa reflexão é o versículo 19 de Apocalipse cap. 3: “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te.”, a repreensão do Senhor é uma dádiva, pois, com isso, nos mostra ele que nos ama e que está preocupado com nossa situação espiritual. Concluindo este ponto, somente a fé salvívica nos faz capazes de suportar os ardis do adversário por amor a Cristo (Fp 4.13; Rm 8.31-39).

3.2 – Santificação:

“... e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez;...” (Ap 3.18b).

Roupas brancas são um sinal de pureza espiritual, santidade (Zc 3.4,5; Mt 28.3; Ap 7.13), um crente que se embaraça com o pecado perderá a brancura de suas vestes (Is 1.18). O Senhor Jesus aconselha, então, os crentes mornos a buscarem dele a santidade sem a qual ninguém o verá (Hb 12.4), o pecado nos afasta de Deus e, logicamente, nos fará perder o vigor espiritual (Is 59.2). A santificação é uma busca incessante de todo crente que tem compromisso com Deus, sem ela não teremos comunhão com o Senhor. Todo e qualquer suposto “avivamento” que não cause transformação de vidas, conversão genuína e manifestações dos dons do Espírito Santo não passa de um mero movimento do homem (At 2). Devemos também estar cientes de que a santificação do crente só será verdadeira se atingi-lo em sua totalidade, ou seja, eu não posso ser santo por fora e imundo por dentro, isso não adiantaria, porém, não posso ser santo por dentro e sujo por fora, isso seria uma contradição. O verdadeiro cristão procura a cada dia ser santo em toda a sua maneira de viver (1 Pe 1.15).
3.3 - Direção do Espírito Santo:

“... e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.” (Ap 3.18c).

O colírio, aqui, representa a influência do Espírito Santo na vida do crente, a unção na Bíblia é um sinal de separação para o serviço do Senhor (Lv 8.10; 1 Sm 16.13; Is 61.1-3), portanto devemos desviar nosso olhar de tudo aquilo que não agrada a Deus (Sl 101.3a) além de atentarmos mais para as coisas espirituais (1 Co 1.12-14; Cl 3.2), e isso só será possível se o Espírito Santo for nosso ajudador (Jo 14.26). Muitas vezes as igrejas fracassam porque não atentam para a influência maligna (Ef 6.10-18), muitos ministros acham que podem combater o bom combate apenas com a sabedoria humana e desprezam os dons espirituais tão importantes para o serviço na casa do Senhor (1 Co 14.1), talvez nunca leram este versículo maravilhoso escrito por Paulo: “A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder;” (1 Co 2.4). Alguns ainda acham que o Espírito Santo é sujeito ao profeta, fazendo uma eisegese de 1 Co 14.32: “E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas.”, ora, neste versículo não está escrito que o Espírito de Deus está sujeito ao profeta, mas sim o espírito do profeta, afinal, o Espírito Santo é Deus e Deus a ninguém se sujeita, o profeta, sim, é que deve ser sujeito ao Espírito Santo. Este versículo nos mostra que nem tudo que sentimos vem de Deus e, portanto, devemos nos controlar ao sentirmos certas emoções, mas repito que aquilo que o Espírito nos manda fazer, devemos fazer, porque ele é Deus. Um culto onde o Espírito Santo não tem liberdade para operar não pode ser do agrado de Deus e isso, com certeza, é uma das grandes causas da mornidão espiritual nos nossos dias.
4 - Conclusão:

Jesus é o mesmo ontem, hoje e será eternamente (Hb 13.8), portanto, não devemos nos deter às condições em que a igreja atual se encontra, em meio à apostasia ele ainda levanta e continuará levantando seus remanescentes, seus rabiscos. A mornidão espiritual é uma realidade nas denominações evangélicas, sejam elas pentecostais ou não, porém, devemos seguir o exemplo dos crentes de outrora, analisando o passado à luz da Bíblia Sagrada, poderemos detectar o que está errado nos nossos dias e então deveremos nós corrigir esses erros. Centrados na Palavra, com certeza, encontraremos o verdadeiro fervor espiritual que necessitamos para suportar os ataques do inimigo contra a Igreja de Cristo, um avivamento sempre virá nas vidas daqueles que crêem em Jesus (At 2.39)!

Por Clébio Lima de Freitas.

sábado, 7 de junho de 2008

Ressurreição X Reencarnação

"Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores." (Mt 7.15).


Este artigo é minha resposta às argumentações de um espírita que tentou usar um texto fora do contexto pra formar um pretexto, veja uma parte do que ele me falou:

"Muitos dos ensinamentos de Jesus nada mais são do que os Ensinamentos judaicos. Jesus foi considerado até um Rabino pelos seus ensinamentos.Vou dar exemplo pequeno de uma passagem que pode exigir um grande estudo. Mas pelo menos uma parte posso dizer. Os apostulos perguntaram a Jesus o por que do homem ter nascido cego, que pecado ele tinha cometido para nascer cego. Aqui, a pergunta dos apostulos é clara sobre vidas passadas, pois não se faria uma pergunta dessas se o conceito "Transmigração da alma" ensinada no Judaismo não existisse. " O que havia feito para ter nascido cego" é logico que só poderia ser em outra vida. "

Agora veja como eu lhe respondi:

Caro amigo,

Suas argumentações são boas e convenceriam um leigo nas Escrituras, porém estão desprovidas da algo muito importante, apoio das Escrituras como um todo. Se você analisar a Bíblia dessa forma, vai entrar em heresia, quer um exemplo? Então veja isso: "E se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação e a vossa fé" (1 Co 15.13,14), se interpretarmos esse versículo de qualquer forma, sem analisarmos o contexto, entenderemos que não há ressurreição de mortos já que Cristo não ressuscitou. Veja, este é o assunto da nossa discussão, veja também que aqui a ressurreição bíblica e adotada pelo cristianismo primitivo é comparada à de Cristo, logo assim como Cristo ressuscitou, também nós, os salvos, ressuscitaremos incorruptíveis para a vida eterna e os ímpios num corpo imundo para a perdição eterna (Dn 12.2; Jo 14.1-3; 1 Ts 4.13-18; Ap 20.11-15). É importante salientar que os apóstolos criam, a com razão, que a ressurreição não havia ainda ocorrido (2 Tm 2.18), muito embora alguns já tivessem experimentado a ressurreição (2 Rs 13.21; Mt 9.18, Mt 27.50-54; 19,23-25; Lc 7.11-15; Jo 11.1-44), tabém é importante saber que Jesus ainda ressuscita mortos segundo a sua vontade, relatos de cristãos no decorrer da história da igreja nos revelam isso, porém a ressurreição plena se dará no dia determinado pelo Senhor, tanto a dos justos quanto a dos injustos. Você diz que a Bíblia dá indícios de que os judeus crêem na reencarnação e a chamam de ressurreição, isso é acrescentar à Palavra de Deus o que não está escrito, e mais, não se esqueça que a fé cristã está firmada não no que os judeus crêem, mas sim no que Jesus ensinou (1 Co 3.11) e veja que resposta Cristo dá à pergunta feita pelos apóstolos sobre o cego de nascença que você citou: "Jesus respondeu: Nem ele pecou, nem seus pais, mas foi assim para que se manifestassem as obras de Deus" (Jo 9.3), ora, se Cristo disse que aquele homem tinha nascido cego, não porque pecou, nem porque seus pais pecaram, então por que os espíritas ensinam que as mazelas do homem são decorrentes das obras más que ele cometeu no passado, em outra vida? Eu prefiro ficar com Jesus, os apóstolos não tinham uma compreensão completa sobre a verdade e por isso tiveram de ser instruídos pelo Senhor. Recomendo que você leia com atenção os textos seguintes: (1 Co 15 e 1 Ts 4) que são trechos das Escrituras que falam de ressurreição e a deixam claro que ela não é a mesma coisa que a reencarnação ensinada pelos espíritas. Deixo um versículo final: "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema"(Gl 1.8).

Analisando esta discussão, com quem você ficaria? Com o pensamento limitado e errôneo do homem ou com a Escrituras Sagradas que falam por si mesmas?

Apologeticamente,

Clébio Lima de Freitas.

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