Em discussão sobre a atualidade
dos dons do Espírito com alguns irmãos reformados, o que mais se ouve dos
muitos comentários contrários ao Pentecostalismo é a tal “ênfase nos dons”, que
estaria afundando o pentecostalismo. Creio eu que querem dizer com isso que o
novo convertido pentecostal não é levado a buscar, em primeiro lugar, a
transformação de caráter, antes os dons e assim a transformação de caráter fica
prejudicada. É bem verdade que há no meio pentecostal muitos crentes e também
obreiros meninos na fé, mas fico a me perguntar se o motivo é exatamente esse.
Há pelo menos três motivos para
um cristão não crescer espiritualmente falando: falta da Palavra pregada no
púlpito (Jo 15.3); falta de vida devocional através da oração, reflexão e jejum
no seu lar (Gl 5.16); falta do exercício da fé através da evangelização e
atuação ministerial (2 Tm 2.3-6). Resumidamente, se a igreja não proporciona ao
crente o estudo da Palavra de uma forma minimamente profunda e abrangente, ou
se o cristão não mantém uma vida de comunhão com Deus, ou, se fazendo essas
duas primeiras, não leva à sua vida cotidiana o que aprendeu, esse cristão não
crescerá espiritualmente, será eternamente um menino na fé ou o seu crescimento
se dará muito lentamente.
Sei que há uma distorção no meio
pentecostal que leva muitos a cometerem esse grave erro de supervalorizarem os
dons em detrimento da regeneração, em detrimento de se tornarem a cada dia mais
parecidos com Cristo no caráter. Os cristãos de Corinto cometeram esse erro e
Deus nos deu, por causa disso, a 1ª Carta aos Coríntios de presente através do
ministério de Paulo. A ênfase da pregação Cristã deve ser esta: que Cristo se
sacrificou por nós, para perdoar nossos pecados e nos regenerar, pois
estávamos, e muitos estão, mortos em seus delitos e pecados (Jo 3.16; Ef 2.1). Diante
disso, gostaria de levantar outra hipótese quanto à falta de maturidade dos
pentecostais, não deixando de levar em consideração a dos meus irmãos
reformados. Será que essa meninice não tem a ver, em grande escala, com o fato
de as igrejas pentecostais crescerem muito, tendo em seus quadros sempre
pessoas imaturas que estão crescendo e aos poucos deixando de lado essa imaturidade
ao longo do tempo? Assim o pentecostalismo sempre terá meninos na fé fazendo
meninices e também crentes maduros, que se opõe a essas meninices. Será que
essa hipótese tem fundamento? Ou será que é mera especulação deste blogueiro
para fugir do debate sobre os famigerados “problemas ocasionados pelo
entendimento de que os dons são atuais”?
Fique atento ao blog Chama
Pentecostal, pois tentarei responder esse questionamento em minhas próximas
postagens.
Clébio Lima de Freitas
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